Os segredos de si
Parte I
Por ora escurece aquela razão,
e muda se faz ao ar do momento,
roubado por todo meu sentimento;
que insiste em banhar-se à cega emoção.
Difícil entender, mas juro que tento.
Não sei se é loucura do coração,
mas quero comigo a minha ilusão,
por mais que machuque tudo aqui dentro...
Tentar enxergar o que não se vê,
com visão escura ao ser que o ensina,
dizendo que arte é luz à retina,
que inclina a ilusão à voz do saber.
É compreender, olhar pra cortina,
que encobre a chave de todo o porquê.
Lugar que a razão não vai responder,
sem antes sorver o que descortina.
Tão cedo percebe o simples caminho,
bem rente ao chão, que o sustenta e carrega,
descobre, então, o sentir que enxerga
a tão bela rosa e o tão nobre espinho.
O valor da rosa que, à mãe, entrega
é sempre completo mesmo sozinho,
tão grande se faz naquele pouquinho;
a felicidade é a simples entrega.
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CONTINUA...