Saudade

Ainda ontem brinquei com a saudade.

Ela disse pra mim assustada

E meio sem graça: você não tem jeito.

Aí, meu sorriso amarelou

E o corpo empacou...

Os olhos cegaram-se

Uma visão aérea

Apareceu de pronto.

Tremi... Solucei e

Quase soa um grito...

Por tudo ou por nada

Pelo vazio escorrido

Não dei conta do espaço...

Chorando, arrastei-me vadio

Incrédulo, assustado

Nem associei o meu

Do seu, dos nossos “eus”.

Cantei nos sonhos encobertos

O passado aberto ao mundo.

E como nada se fez, a dor amiga

Juntou-se ao sono calada.

Adormeceu timidamente

Como quem nada queria

Acomodou-se e, aí, nem reclamei...

A dor era menor que o pranto derramado.

E a saudade como cria da casa

Recolheu-se ao meu coração.

Cromeu
Enviado por Cromeu em 23/10/2013
Código do texto: T4538170
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.