ARGILA
Amasso a argila entre os dedos
e desejo te criar.
Sinto a frialdade do barro,
o cheiro suave da terra úmida no ar.
Dou-te a forma dos arbustos densos,
a força incorpórea do vento,
o mistério do mar.
Coloco miosótis por entre os teus cabelos,
um brilho de ternura em teu olhar.
Planto a alegria em teu peito
e uma grande vocação para sonhar.
Faço-te silêncio e calma,
meiguice e luar.
Em tuas pernas escondo longos caminhos
por onde contigo vou caminhar.
Por fim crio tuas mãos.
Faço-as ternas e vibrantes,
cheias de paz e de perdão;
encharco-as de música, de amor,
de pingos de chuva, de luz, de rumor.
Agradeço a delicada interação de Antonio Fernando Peltier:
Quem sabe usar as mãos
para compor lindas obras
e, sabe também,
para, se preciso,
modelar a vida e o mundo!
As mãos e a mente
movem as montanhas das crenças
e promovem o amor sem desavença!...
Gosto que me enrosco que nem rosbife
do que tão bem sabe escrever.
para compor lindas obras
e, sabe também,
para, se preciso,
modelar a vida e o mundo!
As mãos e a mente
movem as montanhas das crenças
e promovem o amor sem desavença!...
Gosto que me enrosco que nem rosbife
do que tão bem sabe escrever.