ARGILA
 
 
Amasso a argila entre os dedos
e desejo te criar.
Sinto a frialdade do barro,
o cheiro suave da terra úmida no ar.
Dou-te a forma dos arbustos densos,
a força incorpórea do vento,
o mistério do mar.

Coloco miosótis por entre os teus cabelos,
um brilho de ternura em teu olhar.
Planto a alegria em teu peito
e uma grande vocação para sonhar.
Faço-te silêncio e calma,
meiguice e luar.
Em tuas pernas escondo longos caminhos
por onde contigo vou caminhar.
Por fim crio tuas mãos.
Faço-as ternas e vibrantes,
cheias de paz e de perdão;
encharco-as de música, de amor,
de pingos de chuva, de luz, de rumor.



Agradeço a delicada interação de Antonio Fernando Peltier:

 
Quem sabe usar as mãos 
para compor lindas obras 
e, sabe também, 
para, se preciso, 
modelar a vida e o mundo!
As mãos e a mente
movem as montanhas das crenças 
e promovem o amor sem desavença!... 

Gosto que me enrosco que nem rosbife 
do que tão bem sabe escrever.
LuciaArmenioLeal
Enviado por LuciaArmenioLeal em 21/10/2013
Reeditado em 21/10/2013
Código do texto: T4535147
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