Fantasia
Era na solidão que
tão profundamente penetrava
já não havia mais paixão
tão íntimo respirava
e no cerne desta razão
onde a essência se escondeu
já não é lugar, nem dor, nem eu.
E o mar já não existe
é no vai e vem das ondas
que o triste
sumiu também
ainda ardia em febre a madrugada
enrodilhada em sonhos, olhava
Com olhar de fantasia
nem quem era não sabia.
na lareira o fogo ainda crepitava
quando quase a chama apagava
ele chiava
melancólica melodia que não escutava
Perdão por este desabafo
pelo crepitar das chamas
pela expressão nua
é que no peito os espinhos
se cravam e esta busca de amor
se perpetua.