SAUDADE
O barulho no restaurante,
da antiga rua da cidade,
fala do tempo que resta.
Vida que flui, pede passagem.
Sorriso maroto, gargalhada...
O menino desenha o espaço,
indiferente ao tempo.
Não sabe que o hoje
distorce a visão do futuro.
Cria imagens, conta histórias.
Luas que minguam e enchem,
nas noites das praias distantes.
Voltando ao tempo das brumas,
flutua no lago da vida,
sem pressa para ouvir o canto.
Quem olha o milagre do sonho
silencia e não ousa pensar a
saudade do que não conhece.