Ao Navegar do Amar

Em silêncios a nave partiu

Rumo ao luar despontando a leste daqui,

Guiando-se pelas estrelas apontando em versos

Seu destino, seu livre árbitro soltando-se

Pela folha branca, por uma gama de palavras!

De Alfa à Ômega

Passa tudo pelo caminho das flores,

Trazendo dos lábios em vermelho vinho

O corpo em tecidos que esvoaçam,

Escrevendo pelo chão da nau um novo porto

Sem solidão!

Por um cálice de cristal

A bebida em avessos tântricos,

Da pele sedosa a voz em dó maior

Sem máximas, o tão somente apreço

Da carícia de embriagar, de chorar...

O pranto é verdadeiro!

Ao cruzar o equador

O sentimento alumia-se em penumbra,

Pelas cordas de uma viola a tocar

D’onde a noite caminha, lança-se

Ao leito de amar, cantar, extasiar-se

Até o mais raro sussurrar!

19/10/2013

Porto Alegre - RS