Os Ninhos da Alma
Ainda vejo meu sertão florescer
Ainda deito-me no seio das águas
Ainda vejo o sertão abastecido
Ainda vejo o verde no coração do homem
Ainda vejo alegria sem choros.
Ainda vejo o vaqueiro levando a boiada
A boiada gorda... Com satisfação para o
Curral...Com sentimento de prazer
Quando criança não conheci televisão
Não conhecia outro mundo a não ser o
Cabo da enxada.
Apesar da aridez continuava o verde
Das palmas, que comia, aprendi que a
Beleza da vida nos ensina a ser poeta
Da própria vida, aprendi a amar...
Foi preciso escrever com a lâmina da enxada
Para dar valor, ver que a lata de água na
Cabeça, era apenas um detalhe.
Aprendi a sorrir quando devia chorar
Aprendi que amar é a vontade nascida
Do ego, a sensação de está e está porque
É preciso...
Quando criança muitas horas de baixo do juazeiro
Tirando raspa de chuá, para lavar os cabelo
Era assim vida ali...
Nos laranjais secos vi a intensidade de amar de
Cada Sertanejo, os ensinos, a lealdade, não
Depende do ter., basta amar com a pureza da
Alma, transformar o mundo na beleza da vida e
Mostrar que nada é preciso para viver quando
Se tem o horizonte, que os ninhos pode vir com
A esperteza da alma.