COMO O DIA Assim, despede-se o dia Do seu tempo de viver: Entre laranjas , vermelhos, E um raio de sol a morrer... Um último grito de pássaro, Cigarras no meio do mato Cantando a não mais poder... Despede-se o dia, sem dores, Sem saudades ou temores, Por trás daquela montanha, Ele apenas adormece. Vem a noite, ele se entrega Ao seu escuro abraçar, Sem receios do que é negro, Sem desejos de brilhar. Desperta o dia, sem planos, Sem caminhos tracejados, Entre amarelos, vermelhos, Mil tons de um lindo rosado... Desperta o dia, entre os risos De um coral de passarinhos Quer chova, quer faça sol, Erguem voo de seus ninhos. Vem o dia, vai-se o dia, Chega a noite, vai-se a noite... Os rosados e amarelos, Os laranjas e vermelhos, E os pretos cravejados, E a lua nacarada, E eu aqui, ao teu lado...