Uma vez mais
Uma vez mais o
silêncio cai sobre mim.
Manhã de primavera,
estranhamente chuvosa.
O vento, sutilmente, baila
por entre as persianas.
Talvez seja apenas
uma brisa bailarina.
O pensamento flui e
nele tu apareceste.
A lembrança daquele
nosso primeiro encontro
– tanto tempo faz –
a voracidade do beijo,
a paixão rasgando nossas peles,
querendo simplesmente aflorar.
O meu sangue se
perdendo em tuas veias.
As emoções envelheceram,
mas continuam pulsando em mim.
O tempo, vez ou outra,
como agora, ainda brinca comigo,
trazendo-me tuas lembranças.
A Bacante, uma vez mais,
rende-se ao Mestre Dissoluto
enquanto a Poetisa converte
esses pensamentos em outros versos.
E, nas entrelinhas do silêncio,
o triângulo se desfez.