Uma vez mais

Uma vez mais o

silêncio cai sobre mim.

Manhã de primavera,

estranhamente chuvosa.

O vento, sutilmente, baila

por entre as persianas.

Talvez seja apenas

uma brisa bailarina.

O pensamento flui e

nele tu apareceste.

A lembrança daquele

nosso primeiro encontro

– tanto tempo faz –

a voracidade do beijo,

a paixão rasgando nossas peles,

querendo simplesmente aflorar.

O meu sangue se

perdendo em tuas veias.

As emoções envelheceram,

mas continuam pulsando em mim.

O tempo, vez ou outra,

como agora, ainda brinca comigo,

trazendo-me tuas lembranças.

A Bacante, uma vez mais,

rende-se ao Mestre Dissoluto

enquanto a Poetisa converte

esses pensamentos em outros versos.

E, nas entrelinhas do silêncio,

o triângulo se desfez.

Rita Venâncio
Enviado por Rita Venâncio em 16/10/2013
Código do texto: T4528321
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