Salvador
Muitas vezes estive triste arrependida de viver
Magoada, arrasada, no caos em meu próprio ser
Olhava pro passado lembranças duras de esquecer
Imaginava o futuro, que sem amor será de eterno sofrer
Muitas vezes também não encontrava motivos para sorrir
Com uma solidão tão cruel, que não tinha com quem sair
Então trancafiada nas minhas emoções
Guardava tanto o meu coração que vivia apenas de ilusões
Outras vezes não encontrava motivos pra sonhar
E nem para uma vitoria na vida buscar
Porque achava que se nenhum homem me amasse
Não haveria ninguém no mundo que de mim gostasse
Ainda por outras vezes quis apenas chorar
E deixar a vida em prantos terminar
Porque achava que se nunca namorasse iluminada pelo luar
Iria ser o único ser do universo incapaz de se alegrar
Por mais algumas vezes tentei matar o amor dentro de mim
Quis acabar com todo um sonho que não poderia terminar assim
Por que não sabia que por esse amor podia me realizar
E de o escrever, e saber coloca-lo no papel já podia festejar
Mas desta vez, nessa última, aprendi que todos nós temos valor
E que por mais que tentemos esconder não sabemos viver sem o amor
Que como todo poeta diz ser uma grande dor
Pode se tornar da vida o salvador
Carla Bueno, Terça-feira, 15/03/1995