É tempo de amar...

O tempo começou a fechar,

As nuvens já não eram alvas de esmaecer

O Sol lá fora não brilhava,

Não se via mais o laranja do alvorecer

Pela janela de fora, tento enxergar alguma coisa

Perco-me, me embaço,

Embaraço-me, tento ir embora

Clamo a um ser maior, quem sabe Deus,

Zeus, ou qualquer desses ateus

Quero conquistar o que convém,

Deixar levar pelo sentimento de alguém

Será que não existe visão pra mim?

Será que o que eu via era ilusão passageira de meninice,

Devaneio de um adulto ébrio,

Ou quem sabe um relapso de um sênior relutante

Onde estão meus óculos, meus binóculos, minha lupa

A situação fica calamitosa,

Clamo minha mãe, Eros, minha amante, amorosa

Quero enxergar novamente, tirem as vendas de mim!

Não sou dos deuses a Justiça,

Só estou sendo injustiçado

Porque chamas desse ser desgraçado a atenção

Da janela fica difícil de enxergar

Ouça batidas aqui, acolá

Quero entrar, derrubar a porta, sair pela janela

Quem é ela, quem será ela?

Vejo tudo embaçado

Pela lareira não há maneira, quero te levar presentes,

Cobrir papais noéis ausentes,

Fazer-te ser criança para não reclamar

Botar-te para ninar, naquilo que parecia ser um sofá,

Deixe-me entrar...

Fora daí tudo parece sombrio,

Chuvoso, desafio

Desafio-te a um dia me deixar escutar

Prometo, juro, da porta não passarei,

Me deixa falar o quanto sou ingrato

Que sem você, tudo é estrangeiro,

Vem me rechaçar, pisar, magoar

Te amo, minha morena,

Tua tez é a única coisa que, daqui, parece brilhar

As nuvens já recobrem a luz solar,

Não vai dar mais pra ficar

Saio desolado, pelas ruas calado,

Querendo ter coragem da campainha pelo menos tocar...

Pra te acordar, te lembrar

Fazer escutar um ruído desse coração covarde

Que nem um alarde

No teu coração conseguiu deixar

Gabriel Amorim 18/07/2013 http://devaneiospalavras.blogspot.com.br/

Gabriel Melo Amorim
Enviado por Gabriel Melo Amorim em 14/10/2013
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