Poema 0423 - Prisioneiros do amor

Em seu corpo conheço atalhos e descaminhos,

sei das estradas que me levam ao prazer,

afoga-me em suas entradas quentes,

faça seu desejo correr dentro das minha veias.

Deixo existir, farte-me de gozo como noutra noite,

encurte as distâncias de nossos sentimentos,

seja rebelde por instantes e negue, renegue a paixão,

entregue-me, doe-se ou tomarei o que desejar.

Quero arrancar-lhe as dúvidas de outros amores,

fazê-la tomar posse de apenas um sentimento,

coloque luz, compre o brilho de alguma estrela,

seja amor, secreto se quiser, mas amor total.

Tente ver o céu dentro do seu inconsciente,

coloque seus desejos em um palco aberto às emoções,

busque, cative, tome, estou disposto a me entregar,

depois do sol tem noite e a lua pode emprestar sua luz.

No fim da minha vida voltarei a falar das paixões,

dos amores, dos descobrimentos, dos corpos,

mostrarei minha alma ou o que restar depois do amor,

então jogarei fora milhares de toneladas de saudades.

Hoje preciso de um centro e da liberdade para viver,

não quero juízes quando julgar meus pecados,

serei réu, vítima e executor da minha sentença,

meu destino é apenas um pedaço de papel em branco.

Descubro parte das vestes que cobrem meu corpo,

não tenho atalhos ou caminhos para lhe ensinar,

sou um amante que precisa ser tomado pelo desejo,

até que o sentimento de amor nos faça seu prisioneiro.

26/08/2005

Caio Lucas
Enviado por Caio Lucas em 26/08/2005
Código do texto: T45255
Classificação de conteúdo: seguro