Pingos de flor








Quisera volver,assim, a um perdido tempo,
Tornar a ver da madressilva floridos ramos.
Sob gentil caramanchão,silentes,nos amamos.
Agreste ternura de um bem levado pelo vento...

Entrelaçados corpos, volúpia de retorcidos galhos,
Esquecidos de que a vida,ora ventura,ora agonia.
Levados fomos pelas notas d’uma estranha sinfonia.
Ah!Pobre de nós,que no estio,patéticos espantalhos.

Porem,sem que jamais,pudesse,algum dia,pois,supor.
As gotinhas de chuva estremeceram, benfazeja brisa !
Que umedecendo da madressilva as pétalas com vida,
Fez renascer n‘almas queridas, singelos pingos de flor!

E da ternura ,silente, Deus criou divino ornamento,
Anjos desnudos num prolongado e profano beijo,
Que eterniza perdido em mavioso recanto,o desejo.
Ah!Leva,da flor o perfume,encanto deste momento!