AMOR ANTIGO

…Naquele dia você tinha um brilho

estranho nos olhos;

uma triste lucidez!

Uma saudade escapava daquele olhar...

Depois que a conheci passei a ter outros olhos.

É que por detrás do meu olhar

passou a caminhar o amor.

E o amor é o avesso visível!

Pode ser que estes dois olhares,

desde o começo de tudo,

ou mesmo antes da gente,

já se conheciam e se queriam bem.

Eles possuem uma suspeita empatia.

Talvez no silêncio dos anos se amaram,

entregaram-se e se vincularam no tempo.

Fecundaram ontem, ou antes, o amor de hoje!

O meu olho vê no teu olho

um amor curtido de há tempos;

talvez nem seja amor que avisto,

quem sabe distingo lembranças.

É que o amor, desorbitado,

deu de se reassentar em nós;

como quem desvenda por cima de tudo,

algo experimentado, amado e esperado por séculos!

IVAN CORRÊA
Enviado por IVAN CORRÊA em 14/10/2013
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