As Nuvens e a Virgem
Brancas nuvens que se escondem
Quando é chegado o anoitecer
E timidamente resurgem por trás dos montes
Na aurora do amanhecer
Brancas como a alma da virgem
Inocente perante a vida
E deixando-a à beira da vertigem
Se vão, como promessa de amor não correspondida
Reaparecem na manhã ensolarada
Como um novo amor que nasce
Declarando à virgem amor eterno
Mas a alma da moça pura é enganada
Pois depois que o outono passe
Restam as nuvens negras e chuvosas do inverno