De janeiro a setembro
Revirei a terra e fiz um canteiro.
Adubei, alinhei as imperfeições, cheguei-o a terra como dizia papai.
Corri no celeiro, em meio as tralhas encontrei,
bem no fundo de um velho cesto, sementes.
Várias, misturadas, até pensei:
_Caducam-se. Não hesitei!
Numa velha roda, que rangia feito louca, impulsos estrondosos notei. Ainda viviam! Que alegria...!
E depressa, com gamela tão feia, uma expressiva de água transpus ao cantinho dos sonhos.
Uma a umas, singelamente plantei! Trabalho farto.
Suplicavam-me: sede, sede!
Com mãos tão cansadas saciei-as!
De janeiro a março pude senti-las, quando em setembro um bom feixe colhi! Entre os braços, carinhosamente levei-as e junto ao amor dos meus sonhos, entre perfumes dormi.