De janeiro a setembro

Revirei a terra e fiz um canteiro.

Adubei, alinhei as imperfeições, cheguei-o a terra como dizia papai.

Corri no celeiro, em meio as tralhas encontrei,

bem no fundo de um velho cesto, sementes.

Várias, misturadas, até pensei:

_Caducam-se. Não hesitei!

Numa velha roda, que rangia feito louca, impulsos estrondosos notei. Ainda viviam! Que alegria...!

E depressa, com gamela tão feia, uma expressiva de água transpus ao cantinho dos sonhos.

Uma a umas, singelamente plantei! Trabalho farto.

Suplicavam-me: sede, sede!

Com mãos tão cansadas saciei-as!

De janeiro a março pude senti-las, quando em setembro um bom feixe colhi! Entre os braços, carinhosamente levei-as e junto ao amor dos meus sonhos, entre perfumes dormi.

Daniel Cezário
Enviado por Daniel Cezário em 09/10/2013
Reeditado em 09/10/2013
Código do texto: T4517477
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