Dor dolorida

Fiz da dor algo tão atroz

Que a transformei em algo distante

Do passado ou futuro

Mas nunca deste instante

Eu a fiz encolhida, emparedada, feroz.

Eu a fiz doída

Eu a fiz como o grito vindo das ruas

Rompendo barreiras, engolindo o asfalto.

Explodindo em becos lamacentos

Nas esquinas suadas, nos teatros

Eclodindo no chão de cimento.

Fiz com os pés molhados pela chuva fina

No rugir da sussurrante tormenta

Com boca enfastiada pela forte neblina

E esta dor eu transformei

Que ela a mim, não aguenta

Dor doida que preenche meus espaços

Lepra negra em minha carne tão sofrida

Suja-me com tua dor mais dolorida

Venha a mim embalar-me-ei nos teus braços

alexandre montalvan
Enviado por alexandre montalvan em 04/10/2013
Reeditado em 04/10/2013
Código do texto: T4511242
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