Desabafos de um Artista
Como qualquer outro bom artista, me parece que tenho sentimentos mais expressivos do que as outras pessoas.
Sinto o que não deveria e direciono a quem estiver mais perto
Apaixono-me e rendo-me.
Minha paixão, no entanto, não consegue ser única, embora intensa, mas das mais variadas formas.
Aqueles que sentem um pouco mais, como o poeta que vos fala, parecem estar condenados a um rodízio constante de desejos, valores, sabores e pensamentos.
Nunca estão satisfeitos! [e quem está?]
Somos feitos de paixão por tudo que fazemos, e não é diferente com as pessoas que insistem em ficar ao nosso redor.
Parece ser no coração onde se localizam as grandes rédeas que nos levam para os caminhos mais tortuosos, e também para os mais sábios.
E sofremos! E como sofremos… O nosso sofrimento é digno das maiores tragédias gregas!
O chão parece desabar e caímos em uma escuridão profunda, no âmago de nós mesmos. Como é difícil termos que voltar para lá!
É nesse momento que nos [re]conhecemos como artistas. Sem palavras bonitas, ou versos bem feitos, mas quando expressamos a poesia de nossas almas.
O artista só se reconhece sendo a intensidade e vivendo d[n]ela.
Não ouse lhe tirar aquilo que lhe aparece como seu maior sintoma: o amor.
O artista nada mais é que um amador… ama dor.
Não lhe faltam paixões ardentes para serem expressas e nem lágrimas para serem colocadas em poesia.
O artista sofre dor, ama dor, vive dor.
Deixamo-nos sentir sabendo qual é o destino.
Mente o artista que diz não se submeter a tais tipos de sofrimento.
Ele [re]quer sofrer para ser quem é.