Dama da Dolente Canção
Na surdina de intensas chamas
Não baixes, dolente donzela, no ar esparzido
Meu coração tolhido e invadido
Feito de carne e veludo que te amas...
Em ti, tenho meus sonhos mudos
Esqueci-me de pensamentos em venenos suicidas
Já que, em vida, a tenho como ninfas lindas
Deleito-me, apazíguo-me dos absurdos!
Meu desejo em ti abunda
Minha prisão negra é seu coração
E vago, tocando triste canção
Distante, meu corpo do teu oriunda...
Com seus negros e bons encantos
Tomaste-me por seu cortejo...
Tolhido coração em seu almejo
Derramastes em mim todos seus prantos...
Às vezes, para acalmar
Uma raiva por simples misteriosa
Madrigálica, taciturna bondosa
Envolve-me em teu morder, teu beijar...
O ar impregnado de fúria amorosa
Não podes intervir no porvir
Não podes aos céus bramir
Na terra encontrará-me, alma penosa...
Em outros sonhos, sereia despida
Vales mais que madonas reluzentes
És dos céus, dama ingente
Eu, um mancebo eremita...
Velar-te-ei anjo temida
E seu amor incorruptível
Por toda uma noite, num corpo invisível
Mesmo que isto, cause-me mil feridas!!!