Vitamina de Domingo
Eu fazia poesia...
Eu sentia a emoção.
Conhecia a alegria
De amar com o coração
Costumava impressionar
Com uns riscos bem traçados
Desenhava as palavras...
Sentimentos decifrados.
Hoje em mim jaz a fineza
De criar e conquistar
Vi chegar amiga fraqueza,
E convidei-a para o chá
Estanquei a felicidade
Com tecido isolante
Quem souber extirpá-lo, por favor,
Que o faça nesse instante.
Não que eu esteja agora triste
Ora, ora, convenhamos:
A infelicidade – o pior mal que existe
Usa o tempo que lhe damos.
E o que amei mais do que a mim
Foi volátil como o tempo;
Não há culpa ou algo assim
Há apenas merecimento.
O sofrer ensina a ponderar
A vontade, a querer
Desses dois, sou a vontade:
A vontade de viver.
Pondero apenas palavras espessas
Para que não digam, travessas,
O que eu não quero dizer.
Engraçado como as poesias sempre vão
(Sem querer, ou talvez não)
Rumo à estrada dos amores.
Em suas margens, vemos flores
Em sua essência, paciência...
Sinto-me grata apenas
Por ter conhecido a flor do amor
Por tê-la regado, cultivado, tê-la colhido.
Não foi minha culpa, ó, senhor,
Caso ela tenha morrido.