ÓSCULOS DO BEIJA-FLOR
ÓSCULOS DO BEIJA-FLOR
Iran Di Valença
Da janela observo alegre beija-flor
Em vôo rasante sobre o jardim,
Inebriado pelo perfume das flores,
Sugando os seus néctares com ardor.
>>Vestindo sua bela plumagem,
Com a graça e elegância do Jasmim,
O coração a mil batimentos cardíacos,
Vai à casa da Rosa buscar o néctar do amor
Pra polinizar o Lírio do amor na Orquídea.
>>Leva mensagem da Íris
Com declaração de amor da Tulipa
E pensamentos do Amor-Perfeito,
Recitados pela meiga Madressilva.
>>Animado pela vaidade do Narciso,
Em incansável lida, ele sob o élan
Da pureza de coração da Ninféia
E altivez do Girassol.
Vai levando a harmonia da Flox pelos jardins
Com a modéstia da Violeta.
>>Traídas pela falsa Dedaleira,
Que magoou o Jacinto e o Gerânio,
Espalhando rastro de odor da Alfazema,
Levando desconfiança para os jardins,
E o Cravo, fica despetalado de choradeira..
>>Às flores, embora de vidas efêmeras,
Doa-lhes o cálice de pólen do seu néctar
Numa ação de renúncia amorosa
Sob a égide da Rainha Rosa,
Doando amor em todas as esferas.
>>Ruflando asas, a beija-flor, com ardor,
Vai esvoaçando o ar de felicidade,
Agradecendo com repetidos ósculos,
Envolvida pela aura de sublime amor.
>>As flores colhem o orvalho do arrebol
Desprendendo perfumoso olor,
Banhando as asas da mensageira,
Refrescando-a contra o ardente calor
Na incessante polinização dos jardins
Em sua missão, faça chuva ou faça sol,
Seja no frescor da aurora ou o morno arrebol