Essa não é para você

Nunca vou falar

da sua boca de veludo

Jamais direi novamente

das maravilhas de seus olhos

E não mais exaltarei

a leveza de seu suspiro

ou a emancipação de suas mãos

que como fagulha

quase queima

a carne

minha.

Nunca mais falarei da pele

tua, que a envolve

como manto de linho

e que sem quase atrito

corre por sobre minhas palmas

Jamais direi ao pé de teus ouvidos

em um quase gemido inaudível o quanto eu insanamente te amo

E o quanto eu jamais te adorarei, nunca lhe direi

embora você saiba

Ah, você sabe, que eu, perdido entre os cachos teus,

minto, e digo, que de você jamais precisarei

E minto e digo, que não te quero mais,

que não te espero mais

E você finge que acredita,

e sorri,

pois sabe que,

mesmo que eu diga,

eu

Jamais cessarei de falar de teus lábios,

e do néctar que deles escorrem e

trazem líquido vital,

aquele que

sem empenho qualquer

me traz a vida

e vivo me mantém

Então, mentirei se disser qualquer dia amo,

que diante desse céu rotundo, tal qual meu amor

"não te amo mais",

quando amar-te

é tudo que faço.

Gabriel Dominato
Enviado por Gabriel Dominato em 28/09/2013
Código do texto: T4502044
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