Olhos da Ressaca
Olhos da ressaca, que
vejo ao longe,
ondas que arrastam
pro fundo do mar...
Olhos de energia, de
mistério e magia,
olhos que querem me
fazer afogar...
Aonde quereis me levar?
Olhos fingidos, e, pois,
bandidos,
olhos malvados, e tão
dissimulados...
Olhos com força de
todo o meu temor,
olhos doces, como o
mais puro licor...
Que quereis me fazer
pensar?
Em tuas indas e vindas
pelo mundo,
em como desvendar teus
segredos mais profundos?
Olhos que guardam toda
a infância, sapeca,
que guardam aquela velha
moleca, nas tardes, nas
praias a brincar?
Olhos que são fruta na
casca,
que agora, pois, se
afastam,
velam pelo meu grande
inimigo,
e trazem a dúvida, aqui,
comigo?
Olhos que, pela última
vez, confesso;
e agora, ajoelhado, peço:
- Não deixeis de me amar!