Velhice em flores
Planta de inverno sem folhagens,
das primaveras as flores leais,
os frutos do outono eu trago,
nos ombros cansados dos sinais.
Igual lenda ao som do piano,
na sala em pó se desfaz,
as notas já não têm os mesmos sons,
os dedos quase não alcançam mais!
Eu vivo e respiro tão fraca,
nas mãos, marcas profundas reais,
por um tempo tão lindo, tão rude,
mas sei que não voltam mais!
Os sinais no cantinho dos olhos,
na face as marcas fatais,
e tudo na vida eu sinto,
um beijo, um afago, me dais?