POR CONTA da ETERNIDADE

As bandeiras dos partidos e da ordem

queimam no chão

estátuas entoam cânticos e orações

pela incredulidade,

aonde nós erramos?

A perfeição não trocou

o conforto da Arte

pelo mundo dos vivos,

o que há de trágico com a humanidade?

O lucro é um código

que o Rei confia ao eunuco

a lei é desapercebida

numa era de charlatanice e magia

Que águas beber para atravessar a estrada?

Atrás do voo estranhos pássaros

espreitam melhor dormir

com o olho do sonho

na entrada da tenda

vigiando as feras da noite

Aonde viver?

os dias são feitos de engano

o ano desfaz misericórdias,

não há heroísmo em chegar de carro

No jogo da maturidade

há só um a solução

o resto é hipótese

a solução é encontrar a mulher

e amá-la por conta da eternidade

a hipótese é abraçar a solidão

na montanha que leva ao extraterreno

(POEMA COMPOSTO EM DEZEMBRO DE 1.997)