SE NÃO FOSSE A PRIMAVERA!
Quando perdemos um grande amor tudo
empurra-nos para os braços do ódio e aí,
surge a força do ressentimento sombrio e
amargo que nos confina ao nada de nada.
Por natural os efeitos aparecem como
ruínas, como as lágrimas que sucumbem
em grande quantidade, são olhares que procuram
socorro em um inexistente mundo.
A aflição é extrema, a entrega nos braços da
inércia é total, até a procura frenética pela
solidão é uma resolução absoluta, e esta
torna-se proprietária feudal de uma situação.
Nada satisfaz além do mais a algazarra do
destino é radical e se faz presente na
realidade dos fatos, afinal por inveja tudo o
que era perfeito tornou-se imperfeito pela
felicidade que reinava entre os amantes.
Ah! Se não fosse a primavera com suas flores,
se não fosse o perfume de cada uma a
contagiar o ar, se não fosse o estímulo
primoroso das plantas que dão flores o que
seria quando da separação de corpos?
Súbito me espanta outro ato de ver e agora
contendo maior intensidade, as flores morrem assim
como fenecem as flores da mocidade!