AZUL REVERSO

tomei emprestado de um tom marinho

o azul danúbio, o azul nilo, o azul da cabeceira das águas paradas

e em busca do mar, para nele fazer meu sonho naufragar,

sigo entre as dobras da terra molhando os pés.

se caminho com sede ou se recebo a chuva

não troco o luto por revés novidade

- ainda que mudo e molhado

meu sonho reveza os azuis e tinge minha mãos ressequidas.

minto, se escrevo para saudar o dia

porque espero conter a aurora

e manter o azul enquanto dura a alegria.

Baltazar Gonçalves
Enviado por Baltazar Gonçalves em 22/09/2013
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