QUANTO CANSAÇO VAI POR TEU ROSTO

NA MANHÃ DE 20 DE SETEMBRO DE 2013

Quanto cansaço vai por teu rosto

o teu cansaço altivo.

Quanta exaustão, amor

e no entanto, neste cansaço

algo novo sinto

sem saber-me explicar

um recado talvez

de reticências...

ar de se estar a caminho

a caminho

semelhando-se, de algum modo,

ao que escreveu certa poeta amiga

em um dos meus livros:

“... próximos da aproximação.”

Se isto

que proximidade

de que aproximação?

Não o sei... não o sei...

não ouso pensar sequer

sequer o ousaria...

Teu cansaço entra por minha alma

abraça o meu cansaço

assim como abraço

esse algo que não sei

esse algo que não devo auscultar

batida oculta de teu coração.

Encontraremos algum descanso, amor.

Se não o encontrarmos, ele nos haverá de encontrar.

Descansaremos, o necessário.

Haveremos de.

É preciso.

Quem sabe venha ainda a ser possível

nascermos de novo.

Eu te olharei

tu me olharás

saberemos quem somos

mesmo que, depois,

precisemos partir

de novo

nós, que somos maestros em partidas.