Ode ao Amor
Oh verdes campo, tão imensos,
Diga-me onde está aquele em quem tanto penso!
Onde está, verdes campos? Onde está?
Oh verdes campos, sabeis novas do meu amado?
Pois o meu coração muito está angustiado.
Onde andará, verdes campos? Onde?
Oh verdes campos, será que já me esqueceu?
Me relegou à solidão, levou os sonhos meus.
Diga-me, verdes campos, como viverei?
Oh verdes campos, a minha morte se aproxima, desfaleço.
De um amor tão ilusório eu padeço!
Ai, verdes campos, que farei?
-resposta do amado à sua amada-
Oh verdes campos, ouves a súplica desta senhora?
Sabes que por ela minh’alma chora?
Como posso, verdes campos, encontrá-la?
Oh verdes campos, toque-a com tua brisa,
Leve à minha amada esta epístola,
Eu desejo, verdes campos, ardentemente consolá-la.
Oh verdes campos, vai e dizes a ela,
Que pela candura de seus lábios meu corpo espera,
Não demores, verdes campos, quero amá-la!
Oh verdes campos, empresta-me tuas planícies,
Para enfim, consumarmos este amor que persiste,
Eu e ela, verdes campos, aqui enlaçados.
Oh verdes campos, nossa fiel testemunha e confidente,
Ei-lo aqui, vês? Para sempre,
Este amor que já nos fez tão desajuizados!