Ode ao Amor

Oh verdes campo, tão imensos,

Diga-me onde está aquele em quem tanto penso!

Onde está, verdes campos? Onde está?

Oh verdes campos, sabeis novas do meu amado?

Pois o meu coração muito está angustiado.

Onde andará, verdes campos? Onde?

Oh verdes campos, será que já me esqueceu?

Me relegou à solidão, levou os sonhos meus.

Diga-me, verdes campos, como viverei?

Oh verdes campos, a minha morte se aproxima, desfaleço.

De um amor tão ilusório eu padeço!

Ai, verdes campos, que farei?

-resposta do amado à sua amada-

Oh verdes campos, ouves a súplica desta senhora?

Sabes que por ela minh’alma chora?

Como posso, verdes campos, encontrá-la?

Oh verdes campos, toque-a com tua brisa,

Leve à minha amada esta epístola,

Eu desejo, verdes campos, ardentemente consolá-la.

Oh verdes campos, vai e dizes a ela,

Que pela candura de seus lábios meu corpo espera,

Não demores, verdes campos, quero amá-la!

Oh verdes campos, empresta-me tuas planícies,

Para enfim, consumarmos este amor que persiste,

Eu e ela, verdes campos, aqui enlaçados.

Oh verdes campos, nossa fiel testemunha e confidente,

Ei-lo aqui, vês? Para sempre,

Este amor que já nos fez tão desajuizados!

Milene Gomes
Enviado por Milene Gomes em 20/09/2013
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