Tinteiro do Sentimento

Para o norte das letras

O pêndulo da bússola apontou,

Dissertando em versículos

Tudo que do amor dizia à alma,

Naquela noite a convite da lua nova!

Logo ali, no botequim de verso e melodia

Toda palavra ao poema despertava,

Bálsamo era perfume perpetuando cada linha

Escrita sobre mesa d’onde se vê o corpo,

Pela janela despindo-se à poesia,

Pairando pelo tempo, pelo vento, ais!

Por um instante a brisa calou-se,

O breu se fez argumento até o beijo,

Até o preâmbulo da pela nua desenhada

Em soneto, ah, aquele solfejo, a valsar,

Dentre as luzes da quase infinda madrugada!

Como nascer do renascer

Em meio ao som da meia-luz

Pelo tinteiro do sentimento inteiro...

Silêncio pelo âmago,

Flores raiando pelo dia acontecendo

Nos tecidos esculpidos em amar,

Em infinitos quereres o amor,

Tradução do coração!

18/09/2013

Porto Alegre - RS