Personificação

Num quarto escuro e vazio

Sem luz e sem vela

Num lugar tão sombrio

Uma história assim começa

Ele escancara um sorriso

Depois de tanto olhar pra ela

Ela suspira baixinho

Mas seu coração berra

O dia lá fora está lindo

Mas seus pés não tocam a terra

Se tocasse corria pra bem juntinho

Segurar sua mão e nunca mais soltar dela

É tão triste um amor impossível

O coração dói, sangra e aperta

Esperar por algo tão horrível

Como a solução pra tanta espera

De repente um estrondo, um ruído

A cacofonia parece eterna!

É uma demolição, um terremoto no abrigo¿

Ou uma simples reforma se encerra¿

Começa a cair tudo, ela vê pela fresta

Pedra, pau e vidro

E ela com a boca aberta

Sai de dentro um choro mudo

Com o coração em festa

Tem dó por um segundo

Do casarão em pé de guerra

Mas agora é possível ir fundo

Tocar ele, a quem tanto venera

Não se trata aqui de um amor vagabundo

Tampouco de uma canção de capela

Trata-se de um amor profundo

Entre uma porta e uma janela.

Priscila Rezende
Enviado por Priscila Rezende em 17/09/2013
Reeditado em 23/06/2018
Código do texto: T4486497
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