Personificação
Num quarto escuro e vazio
Sem luz e sem vela
Num lugar tão sombrio
Uma história assim começa
Ele escancara um sorriso
Depois de tanto olhar pra ela
Ela suspira baixinho
Mas seu coração berra
O dia lá fora está lindo
Mas seus pés não tocam a terra
Se tocasse corria pra bem juntinho
Segurar sua mão e nunca mais soltar dela
É tão triste um amor impossível
O coração dói, sangra e aperta
Esperar por algo tão horrível
Como a solução pra tanta espera
De repente um estrondo, um ruído
A cacofonia parece eterna!
É uma demolição, um terremoto no abrigo¿
Ou uma simples reforma se encerra¿
Começa a cair tudo, ela vê pela fresta
Pedra, pau e vidro
E ela com a boca aberta
Sai de dentro um choro mudo
Com o coração em festa
Tem dó por um segundo
Do casarão em pé de guerra
Mas agora é possível ir fundo
Tocar ele, a quem tanto venera
Não se trata aqui de um amor vagabundo
Tampouco de uma canção de capela
Trata-se de um amor profundo
Entre uma porta e uma janela.