VERSOS DO ENTARDECER


 Tristes rimas, foram os versos de um entardecer,
escritos só para mim, para ninguém mais ler,
por que continham os ácidos de uma solidão...
As migalhas das palavras, que o poeta definiu,
flechas envenenadas, que um coração partiu,
ditas, como pensei, por uma deusa da escuridão...

Nem o belo perfume, do nosso antigo ninho,
e muito menos, um saudoso momento de carinho,
conseguiram as lágrimas da saudade, conter...
Palavras que num abismo sem fim, me atira,
ao pedir perdão, creio, aumentou sua ira,
restou uma única vontade, no instante, morrer...

Lançou sobre mim, do mundo, todas as pragas,
que recordo hoje, olhando no mar, suaves vagas,
aqui nesse porto, curtindo a imensa aflição...
Tão longe,ouço o barulho das ondas no mar,
que daqui, tento, mas não consigo enxergar,
as tranquilas ondas, matando a nossa canção...


 
GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 17/09/2013
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