MINHA EXISTÊNCIA (Republicado)

Não há, no mundo, o que mais me toque a alma

Do que esse amor, que é ora fogo e ora calma

E então

Eu calo e cismo, quando estás, de mim, distante

E não me sais do pensamento, um só instante,

Ah, não...

És a razão por que meu verso eu solto, ao vento,

És minha vida, minha paixão e meu alento.

Quisera ter, alguma vez, a faculdade

De exercer, enfim, o dom da ubiquidade,

A que pudesse

Estar contigo, ao tempo em que, sem ter-te,

Sinto embargada a voz e o coração inerte

E, em prece,

Eu rogo a Deus que mais e mais nos aproxime,

Em nome do amor, que, de lutar, jamais se exime.

Se me quiseres, sempre, tanto quanto agora,

Sei que não há de haver, a mim, a qualquer hora,

Solidão...

Se perquirires sobre o que me move a pena,

Verás que, tão somente, o que a põe em cena

É a paixão...

Porém, se queres ter, na vida, uma certeza,

Lembra que amar-te está em minha natureza.

E mais dissera este poema, certamente,

Se eu me pusesse a escrever, eternamente,

Sem parar,

Porque o que guardo dentro deste coração

Só caberia, talvez, na vasta imensidão

Do mar...

Escuta, assim, o sentimento que eu te juro,

Já que não tenho nada tão autêntico e tão puro.

À noite escura, acrescentaste a claridade,

Quando, em minhas mãos, puseste a felicidade,

De graça...

E eu recebi o corpo e a alma da amada

Como se toda a fortuna que há, me fora dada

Em u'a taça

Na qual eu bebo, do amor, a própria essência,

Cujo sabor faz ser de luz minha existência.

Mario Roberto Guimarães
Enviado por Mario Roberto Guimarães em 17/09/2013
Código do texto: T4485180
Classificação de conteúdo: seguro