Alma em Paixão
Calo-me diante da noite que colhe,
Acolhe dos ventos verbos que se encontram
No in contido do âmago espraiando-se
Pela folha branca, até então, vazia,
Pois lá fora, a chuva rega o jardim!
Há no ar, um perfume de carvalho,
D’onde a colheita será sorvida,
E o vinho brindará no beijo a madrugada
Bem vinda de solfejos, harpejos pitorescos,
Sob a pele, sobre um lago de pétalas, amém!
Sobre os passeios, na vegetação,
O som das gotas inebria, traz de dento para fora
Todo o encanto do ensejo em desejos,
Por apelos dando graças aos céus sem luar,
Mas sabedor que do amanhã o brilho do olhar,
Ali, estará a devanear pelo sol ou maresia de amar!
Seja na nobreza d’um castelo
Ou na simplicidade d’um rancho de sapê,
A palavra do verso de sonhar, de acariciar
Cumprirá seu destino pelo sentimento,
Latente, indulgente, clamando por amor,
Por vias descentes d’uma alma refletindo paixão!
16/09/2013
Porto Alegre - RS