VENDAVAIS
Segue adiante.
Não importa o vento.
Nada escuta, nem o sentimento.
Passos morosos, sem ver os passantes.
O seu silêncio grita como antes.
Em seu interno, soa a sinfonia.
O seu semblante, estranha calmaria.
No corpo escorre fortes temporais.
A alma canta, sob os vendavais.
O seu olhar percorre o ambiente.
Sondando tudo, como fagulha quente.
O seu silêncio incomoda o mundo.
Indagações lhe saem lá do fundo.
Ninguém lhe ousa os passos interromper.
O peito feito dique, pronto para romper.
São tantas mágoas ficaram aprisionadas.
Abrindo as bicas explodem enxurradas.
Os olhos olham cegos, parados pela dor.
Na sua poesia transborda muito amor.
A saudade impera, e rasga a alma inteira.
Foi-se embora o amor, metade bem inteira.
A caminhada é longa, em busca de outro amor.
Pois sua alma sonda e planta outra flor.
Regina Madeira
"imagem do Google"