Poesia para lembrar de nós.
Não posso ficar triste por você,
Mesmo que sua alegria seja meu desatino,
Mesmo que sua alegria seja meu conforto.
Perdão.
Só eu que não me perdoo, não perdoarei nunca.
Tenho-lhe logo ali, mas hoje prefiro a distância de antes de ontem,
Das mentiras e segredos para te encontrar.
Dos sonhos, para não se perder o costume de amar.
Você que de repente deixou de ser um garoto bobo.
Entusiasmar-se um com beijo meu.
Para ser um homem,
Viu sua vida transformada por outra que não eu.
Obriguei-te a me deixar, sem razão, sem pensar.
Teu amor por outra deu frutos e por mim secou, morreu.
Me pego sonhando com você em noites cruas.
Teria piedade de mim?
Se soubesse que ainda vivo de lembranças suas,
como uma criancinha
Guardando num potinho enferrujado
Fitinhas, soldadinhos, figurinhas, e uma conchinha.
Na hora que você me pediu para falar, me calei.
Calei conosco nosso sentimento.
Não ouso falar sobre nós,
Não tenho direito de dizer se quer que te amei.
Eu fui feliz, tenho dito. Essa talvez seja a única verdade que sei.
Naqueles dias desejei ser sua menina.
Das mãos que percorreram minhas costas
A sua foi a mais dissimulada, a mais firme e serena.
Traços de um amor volátil
Como o perfume que deixamos em cada esquina
Aceito todo seu desprezo, mas quero pelo menos seu perdão.
Um dia no futuro,
Nossas almas se reencontrarão,
E vou me lembrar de você.
Que foi meu ócio produtivo,
De todo meus erros, o menos questionável.
O mais fatídico,
De todos meus pecados, o mais provável.
De todos os desejos o mais subjetivo.
Perdão por não ter lhe dado ouvido,
Não ter me dedicado por mais tempo
Aquele devaneio colorido
E não ter escolhido ficar.