BRINQUEDO DE AMAR

Amar é um brinquedo
que envolve cuidado
e medo...

(Às nuances do enredo!...)

O amor é um jogo
onde não há vencido
ou vencedor...

(Mas há chama de fogo!...)

O importante é não competir
e dar-se, dar-se, trocar-se...
sem jamais resistir...

(A fazer-se construir!...)

Chega e se instala...
Se for muito bom, é bala!...
Se não, simplesmente, mala.

(Se o quiseres... Faz a sala!...)

Se acaso, por assim dizer,
tão ruim, cuidado, com a “bala”...
Mas que se eternize pra valer, se valer!...

(E enquanto durar deixa ser!...)

Que se perdoem os erros,
pra que se faça crescer.
Mas, caso tudo destoe...

(Nada de prisão ou desterro!...)

Deixa pra lá
passe a esponja...
Só não se deixe sofrer.

(Sem uma lágrima pra se chorar!...)

Não somos monge ou monja!
O amor requer cuidados
pra não criar cicatriz.

(E, se sujou... Corre pra um chafariz!...)

Pois se faz com nossos dados...
E nossa alma não é esponja
para sugar toda sujeira...

(Portanto, cuidar dos cuidados!...)

O amor às vezes, cega...
E numa cruz nos prega...
Às vezes até rega a nossa flor...

(Tudo em nome do "amor próprio"
no próprio amor!..)

Perfuma os jardins do encantamento,
consolida-se no peito como cimento
mesmo sem nosso consentimento...

(E que se leve a sério o sentimento!...)

E se debruçar por sobre a fuça,
sob a mente e a lente do olhar...
Isso é por um triz... Ih, aguça!

(Só há amor pra ser feliz!...)

Quem passar pelo amor
e souber lidá-lo
será, então, feliz!

(Quanto a melodia de sino e badalo!...)

Quem não,
terá no peito
um coração despedaçado!

(Qual Bem-me-quer despetalado!...)

E aí, não há outro jeito!
E quem sou eu
pra ser suspeito?!
...

 
Antonio Fernando Peltier
Enviado por Antonio Fernando Peltier em 14/09/2013
Reeditado em 15/09/2013
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