Encantos para o Olhar
Pela noite divaga a brisa
Alimento dos pífaros vagando como nômades
Encouraçados em sentimentos brilhantes
Ao olhar, melodiosos ao falar d’alma
Entregue como amante ao verbo em solidão!
Encastelado pelo estrelar
Devaneia o corpo presente ao cetim,
Ao xale carmim, um dom em mim, poesia,
Vinda dos portos, dos olores, das orlas
Margeando folhas e palavras, em si o poema!
Por mais doloroso que seja o silente,
A dor é do amor vibrando por um cálice
Servido de vinho ao pé da vela em chamas
Para a meia-luz adentrar e o verso sonhar,
Entre as cortinas, bebendo ilusões, enfim,
Cavalgando até o luar!
Em declamações siderais
O beijo acontece chamando em redenção
O passar das horas até a aurora,
Instantes infindos do amar, para as ondas
De todo o mar cobrirem de afagos a praia,
De caricias a pele de rosas o encanto de olhar!
12/09/2013
Porto Alegre - RS