INCONSCIENTE...
Eu tenho tantas coisas para serem enunciadas,
algumas boas outras tristes, mas por
saber de antemão que não serão aceitas,
me calo como as ostras na imensidão dos mares.
Poderia me fartar previamente do banquete de
tudo que a vida me dá, fazer as pazes com aquilo
que me consome, mas o desprezo me conduz ao
horror do cadafalso e não há luz sobre mim.
Como seria bom sentir na pele os resultados
da felicidade, contudo vozes que cantam em
coro me acusam me sufocam e ali permaneço por estar
enclausurado tempo demais impedindo subjugar o adversário...
Assim vamos vivendo ou encenando como em
um jogo de tabuleiro, ora com jogadas espertas
ou ora com jogadas contendo artimanhas e ciladas,
até que nos digam que somos os vencidos...
Dessa forma entreguei todos os meus sonhos
nos braços do acaso, resignei-me a abrir mão de
tudo para poder caminhar a esmo correndo o risco
de me chamarem de inconsequente...