NOTURNO

(Sócrates Di Lima)

Olho a noite lá fora,

E a ela me abraça,

E nesse abraço que me devora,

É a saudade que me laça.

Mergulho no tempo meu!!!

E vou ao fundo do mar do meu coração,

E entre o borbulhar que me desprendeu,

Senti-me sem o fôlego dessa supressão.

E ao volta da minha submersão,

Da profundeza dessa saudade,

Preso a um fio de ar da minha emoção,

Agarro-me no vácuo da distância dessa vontade.

E assim, olho a noite que me inquieta,

Em um olhar noturno de véspera,

Desejaria ter as asas do macho borboleta,

E ir buscar o amor que me espera.

Noturno, o meu pensamento,

Invioável o meu sentimento,

E na ansiedade deste momento,

No para-peito da janela, sinto o silêncio em fomento.

A Lua parece mover-se,

As estrelas piscam na noite escura,

Como se quisesse oferecer-se

Em luz e cântico a minha sadade em textura.

Saudade noturna,

De um olhar além desta minha ilusóri calma,

Onde o amor queima e me enfurna,

Na saudade tântrica desse amor de alma.

Ela se encontra em patamar celeste,

Na distância corpórea e silenciosa,

E a saudade dela me veste,

De uma vontade noturna e maliciosa.

Socrates Di Lima
Enviado por Socrates Di Lima em 10/09/2013
Reeditado em 30/09/2013
Código do texto: T4476244
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