Estação da Poesia

Enquanto o vento nas pedras

Molda mais uma catedral,

Na soleira equidistante canta o sabiá

Chamando em cores a estação das flores,

Daquele buquê em ramalhete paixão!

Maestria em ensaios,

Pela seda se compõe, embriaga-se

No versar da brisa cantando baixinho

Como um pranto orvalhando o jardim

Ainda alviverde, em botões piano canção!

Já é noite, e pelo arvoredo

O canto silencia doando o silêncio

A uma sacada de peitoril colorido,

D’onde o romantismo estima-se em tecidos longos,

Uníssonos ao amor, evidente ao coração!

Em dissonantes de lá maior

Adentrou o luar ao recanto de navegar,

Entre brumas e ritmos do imo,

Pelas juras que se juram pele à flor da pele,

Única da escrita, impar na solitude da poesia!

10/09/2013

Porto Alegre - RS