LUTA DE CLASSES
No início discutíamos política
Eis que ela é de direita e eu sou de esquerda
Me chamava de burro e eu, de acrítica
nosso começo foi mesmo uma merda
então o francês perfume me avisou
Ela era da alta classe, a tal perua
Seria impossível ali compor
Mas deu-me vontade de vê-la nua
Estávamos já perto da eleição
Batemos sem querer, bunda com bunda
Espalhando panfletos pelo chão
Misturou tudo numa barafunda
Batendo boca vi como era linda
Daquele tipo que eu só via em sonho
A ideologia foi para a berlinda
E me restou um desejo medonho
Também senti na lânguida burguesa
Tesão pela aspereza do operário
E nos beijamos para nossa surpresa
Na tevê nada passava no horário
Perdoe-me Marx, perdoe-me Fidel
Pois arranquei a calcinha da sujeita
Que me encarava com olhar de mel
Para compor esquerda com direita
E desde então o amor não teve fim
E cada um manteve a ideologia
Votei no Lula, ela, no Alckmin
Mas fora disso, o resto é poesia
Enviado por Jimii em 21/04/2008