Coincidências

Despindo-me a alma

Nos confins

Bruxuleantes

Para que ninguém

Me veja

Só você sabe

Em que sentido

Meu sangue flui

Falamos a mesma

língua

Provamos da mesma

fumaça

Vivemos a mando

do destino

Temendo divergências

Em desatino

À meia-luz

Nos recônditos

Desse deserto

Com toda distância

Não me esqueço de que

Muitos passaram por mim,

Nunca reconheci, contudo,

Seu rosto neles.

Se circulamos em

Direções opostas

Em algum ponto

Nossos caminhos se encontram

Guiados por uma

Fidelidade anárquica

Àquele suspiro do passado

(Mister V. e Selena)*