HÁ ALGUNS INSTANTES DA PRIMAVERA
É bem provável que todas as noites de inverno doam,
São nas noites de inverno que me falta teu corpo,
E eu valseando sozinho, pois sozinho me entorpo,
São nestes instantes que os ecos da saudade entoam.
O frio, coitado, congela o corpo, mas acende brasas,
As quais em falta de melhor termo chamo de saudades...
Se não posso estar onde quero, de que vale a liberdade?
Criador supremo... Que perfeição é essa se me faltam asas.
Diante de súplicas a Deus, peço pressa em prece...
Que acabe a noite e no momento que o sol aparece...
Sinto a cor, a doçura e o sabor do perfume que te tempera...
Suspirar três vezes antes do contrário da despedida,
Erguer um brinde pecaminoso ao ver-te, vida...
Esquecer ontem a noite, o frio, a saudade e ter o que me espera.