O RIO


Quando se abrirem as sementes,
na correnteza, o rio perdera o respeito,
emborcando derrama 'n água
diante dos santuários abertos.

As águas cobriram o batente da alma,
encostando o dorso para repousar a fúria,
não crescera gramas sobre meu túmulo,
o rio engole a tarde, e calmo permanece.

Uso palavras como pedras para cimentar o rio
eu ensaio lutar olhando a rua as árvores
o verde de suas folhas minhas lágrimas
que se fundem as cascatas com gosto de pedras