CAMPOS INFINDOS
Esses verdes campos,
Tão utilizados, tão explorados,
Tão massacrados na monocultura,
De onde se enriquecem tantos,
Empregam outros afins,
Consomem máquinas,
Bebem e comem famílias,
Deixam rastros de infertilidade
Ao solo tão utilizado,
Terra revirada, estercada,
Corrigida, reutilizada,
Esse odor nauseabundo
Da vinhaça derramada,
Esse vai e vem de caminhões
Carregados de cana recém cortada,
Ficando para trás a palha seca,
Esse fortificante da terra,
Nessa busca de rápida renovação,
Da fertilização instantânea,
Da recuperação necessária,
Já na espera da nova safra,
E o ciclo se repete:
Dias, meses e anos afora.
2.013