Lágrima da quase Primavera

Serena e prosaica,

Deslizou naquela face, naquele rosto

Toda tela d’amar e transcender

Pelo sentimento arremessado, ais,

Por um raio de luar, um cais de dançar!

Do luzeiro encantado

Provem a luz, aura de sentir, de gozar

Em lamentos o milagre da seda sobre a pele,

À flor da pele como um verso intuindo-se

Ao vértice da folha úmida pelo pranto vagar!

O breu não existe pelas cenas entrelinhas,

São palavras ecoando entre os silentes

Dos sussurros, carícias romanescas

Imprimindo-se na arte ensinada pelo amor

Ventando do peito, do ventre sofreguidão!

Galopa... Ah, galopa

Singular corcel das brumas de algodão

Da brisa, da esperada primavera vindo

Já perfumando corações e mentes,

Ao corpo perpetuando-se em poesia,

E os botões em prole desabrochando...

Para o sentir!

02/09/2013

Porto Alegre - RS