Tédio
Ah! Essas horas tortas
Em que o Tempo para
E a Ampulheta quebra...
Ah! Essas luas baças
Que tão só refletem
Olhos marejados...
Ah! Esse abafamento
Que precede a chuva
No final do Outono...
... E o Poeta em pausa
Sem amanhecer
Ou anoitecer.
Silêncios ruidosos
Águas secas
E tão frio sofrer...
Ah! Esse amolecimento
Que nos mata a fome
De querer viver...
Nessas horas tortas
De indiferença e tédio
Quero eu morrer...