INSÔNIA

Quando surgiram, as estrelas, as primeiras,

Ontem à noite, olhando o céu, a meditar,

Meus olhos ficaram bem abertos

E o pensamento livre se impôs, a me alertar...

Foi longa a noite... Meus olhos doloridos

Ouviram os sons de todos se calar...

O silêncio foi tão grande e assustador,

Que me dei conta do tamanho do pesar...

Quando as primeiras luzes no horizonte

Surgiram... viram olhos bem abertos

Buscando aquele que me tolda a vista, a fronte...

Amanheceu... Mas comigo não estava

O que faz os meus dias sempre incertos:

- Aquele que já foi e que não volta...

Meus olhos doem, achegou-se mais um dia

De mansinho, como o amor a perdurar...

Dia cinzento... Nem a própria cotovia

Pode meu dia, amor meu, vir alegrar!

Meu pensamento me inquieta o coração

Cuja Saudade machuca e espezinha!

Os olhos meus... Um dia alegrarão

As noites longas nas quais estou sozinha?...

Sei que a Razão me manda te esquecer

E que me diz que é para “em mim pensar”;

Mas como posso te esquecer, ó minha Vida?...

Tu és todo o meu sentido de viver!

Envelheci... Passei a vida a te amar!

- Tanto faz se nesta dor sou envolvida!...

ESPERANÇA
Enviado por ESPERANÇA em 02/09/2013
Código do texto: T4463657
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