Aldeia de Sonhar

Anoiteceu, pelo vale dos versos,

Palavras apaixonadas, ou apaixonando-se

Ao valsar das penas sobre o branco das folhas,

Benditas, conduzidas à musicalidade do pranto

Desenhando-se pela face ou pela pele de orar!

São muitos os mares e os céus

Incontidos nas mãos navegantes da luz,

Alumiando o sorver das letras flutuando

Na nudez do corpo ao leito de amar,

Dentre o rubro da organza, sonhar é preciso!

Em falsetes mágicos

Ilustra-se o poema, a carta de amor

Escrita nos moldes do arcadismo, esplendor

Refletindo-se em cada linha, em cada beijo

Tatuado pelo amor, pelo fulgor da estação!

Tudo é inspiração ao refratar

Das lanternas a meia-luz, hino da órbita

Silenciosa entre as lacunas, divinas lacunas

Preenchendo-se ao soar da paixão,

Gritos idílicos, fantasias pelo gorjear da aldeia!

01/09/2013

Porto Alegre - RS